O meu
maior medo:
Não ter medo da morte.
A
característica que mais me desagrada em mim:
Ser demasiado transparente no que penso e
no que sinto.
A
característica que mais me desagrada nos outros:
Falta de carácter e segregação com base na cor
da pele, orientação sexual ou estatuto social.
A
pessoa viva que mais admiro:
A minha avó materna: 99 anos de uma vida
marcada por infindáveis desgostos. E, no meio da amargura, ainda sabe rir.
A
minha maior extravagância:
Gostos simples dão muito jeito em tempos de
crise económica.
As
ocasiões em que minto:
Guardo da minha mãe o conceito de “mentira
branca” (uma mentira inocente, para evitar males maiores); mas não sei
aplicá-lo.
O que
mais me desagrada no meu aspecto:
Ainda estou para perceber como é que me
habituei a gostar de não ter cabelo.
As
palavras ou frases que uso em demasia:
Pois...
Quem
ou o quê é o grande amor da minha vida:
Há vários tipos de amor. O amor por uma mãe
(ou avó) é insubstituível. O amor por uma filha é incomparável. O amor por um
amigo é inquebrantável. O amor por uma mulher é insuperável (...enquanto dura).
O amor por uma utopia é interminável.
Quando
e onde fui mais feliz:
Apesar de alguns “contratempos”, estou satisfeito
com a última década. Espero que a seguinte seja, pelo menos, semelhante. Mas há
espaço para melhorias em certas áreas...
O
talento que mais gostaria de ter:
Tocar um instrumento musical; acho sempre
que já não vou a tempo e, por isso, nunca começo a aprender.
O que
considero o meu maior feito:
Superar traumas e bloqueios para aceitar o
desafio de ter um filho (e felizmente saiu-me uma filha...), e tentar
diariamente ser um pai de passado, presente e futuro.
Onde
gostaria mais de viver:
Passei muitas férias e fins de semana num
apartamento dos meus avós paternos, na Costa da Caparica, de onde se via o
areal, o mar, o farol do Bugio e os barcos no horizonte. A casa vendeu-se.
Ficaram as saudades daquele pôr-do-sol e o sonho de um dia escrever frente a
uma janela com vista para o mar.
O meu
bem mais precioso:
A memória. Para relembrar os que já
morreram e para criar e sustentar as personagens que ainda hão de nascer.
O que
é para mim atingir o fundo:
Depende da geografia. Em Portugal pode ser
uma pessoa ser considerada supérflua ou excedentária, ficar sem trabalho e, de
repente, à falta de apoio, tornar-se num sem-abrigo. Mas se pensarmos na Índia,
milhões de seres humanos lutam diariamente pela sobrevivência, numa miséria absoluta.
Tirarem-nos a dignidade, seja onde for, é lançarem-nos para o fundo do poço.
A
minha ocupação preferida:
Literatura e cinema. O futebol voltou a ter
importância, ao recuperar o velho hábito de ir assistir aos jogos dos miúdos do
clube local.
Os
meus nomes preferidos:
Maria. Parece banal, muito por culpa dos
ditos populares ou dos nomes apensos. Porém, isolado, tem uma força que talvez
nenhum outro tenha.
O que
mais me desagrada:
A incapacidade crónica do ser humano em
alcançar consensos alargados que evitassem um mundo tão desnivelado em tantas
matérias. Desagrada-me, por exemplo, que uns falem de milhões enquanto outros esgravatam
tostões.
Um
arrependimento:
Não ter tido coragens e confianças mais
cedo na vida. Mas tudo faz parte de um percurso.
O meu
lema:
Acredita no sonho. Depois trabalha, com afinco e humildade, para o concretizar. [Para ser transparente: este não é um lema
pré-estabelecido. Contudo, isso não o torna falso. Saiu-me assim, agora, a
expressar a vontade que me acompanha há vários anos]
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