28/02/2015

A GRANDE GUERRA na ficção portuguesa contemporânea

[texto: Cristina Drios]

Poder-se-ia pensar que um tema tão rico como da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial ou Grande Guerra, cujo centenário agora se recorda, teria tido um enorme eco na produção literária contemporânea. No entanto, ao começar a procurar romances nacionais recentes enquadrados nessa época e temática, rapidamente percebi que muito havia ainda a explorar!...

Sobre “A filha do Capitão” (2004, Gradiva) de José Rodrigues dos Santos sei que, como eu, o autor passou, sem que isso se note no livro, pela propriedade onde esteve alojado o estado-maior português em Saint-Venant... 

Sérgio Luís de Carvalho também colocou em cena um capitão n’“O Destino do Capitão Blanc” (2009, Planeta) e na “Cruz de Portugal” (2011, Camões & Companhia), José Gonçalves apresentou uma personagem de origens humildes que haveria de singrar.

Um pouco farta de tantos capitães, foi então que encontrei um camarada de armas – um soldado que também sofria de uma terrível maldição e não passaria da cepa torta – que haveria de se tornar um grande amigo de Mateus Mateus: “O Soldado Sabino” (2012, Bloco Editora) de Nuno Gomes Garcia. Creio que mesmo depois de terminada a guerra, mantiveram esta amizade... 

E no ano de publicação de “Os Olhos de Tirésias” (2013, Teorema) conheci a dividida personagem de “A segunda Morte de Anna Karenina” (2013, Oficina do Livro) de Ana Cristina Silva.

Com o advento do centenário, outras personagens terão certamente sido dadas à estampa mas essas deixo-as à vossa descoberta. Boas leituras! 


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