18/11/2014

20 confissões proustianas de Carla M. Soares

A minha ideia de perfeita felicidade
Ter tempo para mim e nenhuma preocupação, que inclui dinheiro para viver regalada e a felicidade absoluta dos meus filhos.

A minha qualidade preferida num homem: 
Qualidades, no plural: Inteligência, sentido de humor, amabilidade, partilha. Hum. Parece-me que estou muito exigente.

A minha característica mais vincada: 
A tranquilidade (infelizmente é só aparente).

A característica que mais me desagrada em mim:
Detesto achar sempre que o que faço não chega, nunca chega nem há-de chegar, embora isso também me empurre e me obrigue a fazer mais.

A figura histórica com que me identifico mais: 
São figuras, quantas delas anónimas… Identifico-me sobretudo com as mulheres que, ao longo do tempo, têm lutado pela equidade de géneros.


Como gostaria de morrer: 
De repente ou a dormir. Não gostaria de ver a morte a chegar.

O meu maior medo:
O sofrimentos dos meus filhos. A dor física ou a doença grave.

A pessoa viva que mais admiro:
A Malala Yousefsay, pelo exemplo que estabelece para todas as meninas e mulheres deste mundo. E por arrasto o seu pai, cuja atitude perante as desigualdades e injustiças fez dela quem é.

A minha maior extravagância:
O tempo que roubo para mim e para a escrita. Tomar o pequeno almoço fora sempre que tenho tempo para isso.

Quando e onde fui mais feliz:
Raramente olho para trás, para reflectir sobre essas coisas. Seja como for, tenho sido bastante feliz nos últimos anos, aqui mesmo onde estou.

O talento que mais gostaria de ter:
Cantar, acho. O meu actual talento é saber o mal que canto e calar-me.

O meu bem mais precioso:
Dois filhos. Sem comparação. O meu bem material mais importante é o meu computador, onde guardo zelosamente os meus outros filhos, feitos de letras.

O que mais me desagrada nos outros:
No mundo? Que tantos sejam incapazes de entender que neste mundo há outras perspectivas que não a sua. As desigualdades. A opressão, seja em nome de ideais ou religiões. De forma mais directa, a arrogância e a presunção.

Um arrependimento:
Não sou de grandes arrependimentos, mas tenho pena de não ter reconhecido e agarrado algumas oportunidades quando me surgiram, no princípio da minha vida, não sei se por medo, preguiça ou ingenuidade.

As palavras ou frases que uso em demasia:
Vamos ver.

Se morresse e voltasse como pessoa ou objecto, seria:
Não quero voltar como coisa nenhuma, quero ficar como uma energia em todas as coisas… A não ser que me façam alguma mesmo má, nesse caso quero voltar mesmo como fantasma e ir, no escuro da noite, puxar os pés à pessoa.
Onde gostaria mais de viver:
Sou muito citadina.

A minha ocupação preferida:
Escrever, claro. É pena o pouco tempo que tenho para ela.

Os meus heróis na vida real:
Os que persistem nas condições mais adversas – os que lutam pela saúde, liberdade, justiça e educação em países onde são raras e é perigoso defendê-las.

O meu lema:
Há sempre amanhã.


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